Como criar uma nova identidade visual e padronizá-la?

Pessoa desenhando linhas em tablet Surface em cima de uma mesa de madeira.

O processo de criar uma nova identidade visual para empresas é aquele tipo de serviço de repente. Você vai levando com a antiga por anos sem nenhum problema. Até que de repente vem aquela necessidade de mudar e você nem sabe por onde começar.

De repente tudo o que você olha não está legal. Posts em redes sociais, cartões de visitas, seu site, folders, o carro da empresa, até o uniforme não está legal. De repente você não sente mais que as cores, imagens e padrões antigos estão representando sua empresa 100%.

Isso é muito comum, viu? Estou falando de experiência. Vários clientes chegam aqui na Cubo para criar uma nova identidade visual exatamente com esse tipo de necessidade. Alguns querem mudar até a logo que está no mercado há anos e anos. Outros querem mudar até o nome.

Mas uma coisa é certa: a maioria das pessoas que quer criar uma nova identidade visual não tem completa certeza de como fazer isso.

O texto de hoje vai te mostrar alguns pontos práticos para criar a nova identidade visual. Organização, por onde começar, peças comuns e como padronizar.

Os primeiros passos para criar uma nova identidade visual

Olha, eu estou escrevendo esse texto assumindo que você vai fazer tudo aí na sua empresa mesmo, com seus próprios diretores de arte e redatores.

Preciso fazer isso porque meu compromisso aqui no texto é ser prático. Então quero te dar as ferramentas que você precisa para conseguir criar uma nova identidade visual sem precisar de uma agência.

Para isso, vou te mostrar como nós aqui da Cubo trabalhamos. Espero que nosso método te inspire a pensar em tudo o que envolve a criação da nova identidade visual: criatividade, bons briefings, gestão e boa redação.

Primeira etapa: o briefing

Aqui na Cubo, antes do primeiro clique no Photoshop já tem profissional trabalhando na pesquisa diretamente com o cliente.

Nessa fase inicial, criamos perguntas capazes de explicitar o que o cliente está esperando da nova identidade ou marca, quais são as suas referências, o que ele acha bonito, o que ele não quer de jeito nenhum, etc.

pessoa olhando para parede azul com vários post-its amarelos colados nela.

Essas perguntas são feitas em reunião. A gente chega com elas na mão e vamos conversando com o cliente. Todas as respostas são anotadas e, a partir daí, começamos a criar.

Algumas perguntas extraídas direto de um dos nossos briefings:

  • Quais nomes e elementos devem compor o logo?
  • Quais cores você quer valorizar?
  • Você prefere manter as cores sólidas ou com degradê?
  • Há elementos que você gostaria de conectar entre o logo e a identidade?
  • Quais elementos não usar de jeito nenhum?
  • Quais outras marcas te inspiram?

Essa é a parte prática. Mas também se pergunte coisas como:

  • O que é o meu produto?
  • Quem ele impacta?
  • Se minha marca fosse alguém aqui da empresa, quem ela seria?
  • Como meus concorrentes se apresentam?
  • Quero seguir o padrão do mercado ou fazer algo diferente?

Tudo isso quem precisa responder são pessoas em cargos sênior aí na sua empresa. Se possível, o próprio fundador ou presidente. Se sua empresa for muito grande, o diretor responsável pela tarefa pode responder também.

Se a empresa for sua, essas respostas precisam ser encontradas em conjunto.

Com essas respostas em mãos, aqui na Cubo a gente gosta de envolver pelo menos um head de criação, um redator e um diretor de arte para criar o “esqueleto” da marca.

A Maria Clara, nossa Diretora de Arte, explica bem essa etapa:

“Eu sempre começo entrevistando o cliente sobre o seu produto/serviço e qual o público que ele quer atingir. Em seguida eu passo por um processo de estudar o ramo deste cliente, mesmo que eu já tenha alguma familiaridade, para buscar referências de como outras empresas do mesmo ramo se comunicam para ter um comparativo.

Também faço um processo de estudo sobre seu público para saber o que eles buscam e o que eles esperam. Só então começo a rascunhar algumas ideias e combinações que podem ir no projeto final.”

Segunda etapa: a criação

Revista aberta com anúncios de produtos.

Nesse momento inicial de criação, você deve documentar as respostas que falamos no item anterior e buscar, de forma prática, rascunhar as primeiras propostas, revisando missão, visão e valores e criando o básico da identidade visual.

O próximo passo é trabalho. Com um diretor de arte dedicado, brifado e motivado a criar, você só precisa deixá-lo livre para traduzir em imagens tudo o que vocês estipularam até agora.

Cada diretor de arte tem o seu processo, mas um dos truques mais comuns é buscar referências no trabalho de outras pessoas, levando em consideração as referências visuais que o cliente já te passou. Pensar em tudo sozinho é exaustivo, tentar reinventar a roda atrasa muito o processo e não garante a qualidade” – diz a Maria Clara, que ainda completa:

“Para uma pessoa perfeccionista, nunca é a hora de parar. Porém, é importante retomar a ideia: menos é mais. É preciso entender que, em certo ponto, qualquer coisa que você adicione no seu projeto apenas vai atrapalhar ou roubar o foco do elemento que você quer dar destaque.

É importante também estabelecer prazos, mesmo que sejam apenas pessoais e não combinados com o cliente. Prazos te forçam a filtrar o que realmente é importante e te ajudam a não gastar tempo com detalhes pouco significativos e que não vão agregar em nada no resultado final”.

Sobre os prazos, separe pelo menos uma semana para que ele trabalhe em cima da marca, tempo suficiente para criar algumas propostas (nós costumamos criar três), revisá-las e aplicá-las em alguns materiais básicos.

Assim fica mais fácil visualizar a sua identidade visual em todos os seus contextos. Isolada, no site, em cartões, outdoors, anúncios na web etc.

E aprofundando mais sobre isso agora:

Terceira etapa: aplicação e apresentação

Para criar uma nova identidade visual, você precisa aplicá-la em vários mock-ups. Um mock-up é uma peça “fake”, que serve para visualizar como a identidade vai se comportar naquele contexto.

Pessoa segurando um cartão de visitas.

É muito comum que um logo fique lindo isoladamente, mas quando aplicado em um formato específico, perde visualização por conta do tamanho da fonte ou do traço fino demais, por exemplo.

Por isso, ao criar sua nova identidade visual, ofereça três propostas, todas formalizadas em uma apresentação que contenha:

  • Mock-up de posts nas redes sociais;
  • Mock-up de materiais ricos (como e-books, por exemplo);
  • Mock-ups de anúncios offline (totens, outdoors, folders);
  • Mock-ups de cartões de visitas;
  • Mock-ups de materiais institucionais (uniformes, fachada etc.).

Apresente isso para os envolvidos na criação e aprovação, mostrando os pontos fortes de cada proposta e o que você pensa sobre elas.

Quarta etapa: padronização

Até agora foi tudo bem simples, não é? O bom trabalho criativo costuma ser assim: bastante atarefado, mas com uma ótima organização tudo pode ser mais simples, divertido e estimulante.

Assim que a equipe inteira decidir qual vai ser a nova identidade visual da sua empresa, é hora de documentar e formalizar. Aqui na Cubo, gostamos de usar o Notion, mas normalmente é criado um manual de marca.

MacBook Pro com tela de manual de marca aberta no Photoshop

O manual de marca é um documento criado pela equipe de design, buscando definir exatamente como a identidade visual deve ser explorada e evitar que informações se percam ao longo dos anos de uso. Nele, você normalmente vai encontrar:

  • As dimensões certas para usar o logo;
  • O código hexadecimal de todas as cores da identidade visual;
  • As variações em que o logo pode aparecer ou não (cores, com slogan ou sem etc.);
  • Dimensionamento de todos os materiais impressos;
  • Como criar os padrões estipulados.

Dentre outros. Essa etapa depende muito da sua identidade visual específica. A ideia é colocar tudo o que pode ser padronizado dentro desse manual de marca e enviá-lo a todos os profissionais que vão trabalhar nela daqui em diante.

Bom, com esses 4 passos simples você acabou de criar sua nova identidade visual e também a padronizou. Simples, não é? A ideia é que seja assim mesmo. Dá trabalho, mas a direção precisa ser sempre muito clara.

Existe um outro processo que é mais do método da Cubo Amarelo mesmo: a identidade editorial. Com ela, você padroniza não a imagem, mas a comunicação textual, que é a verdadeira alma da sua empresa.

Escrevi uma trilogia sobre marketing de conteúdo falando exatamente sobre isso. Vamos continuar conversando?

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